[RNP, 20.03.2005]
A Rede Nacional de Ensino e Pesquisa deu partida em 2005 ao projeto Redes Comunitárias de Educação e Pesquisa (Redecomep), uma iniciativa voltada para promover a implantação de redes de alta velocidade em 26 capitais de estados do Brasil num prazo de dois anos.
A iniciativa, que conta com recursos de R$ 39,78 milhões da Finep, está vinculado ao Programa Rede-Conhecimento do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT), que visa criar uma nova e robusta infra-estrutura nacional óptica de alta capacidade para comunicação, computação e conhecimento. Esta rede está planejada para operar em patamar de velocidade de múltiplos gigabits e deve substituir a atual rede de educação e pesquisa.
A proposta da iniciativa Redecomep é dar continuidade à esta
infra-estrutura nacional em nível metropolitano. Para isto, fazem parte das suas atividades a implantação das redes, da infra-estrutura óptica incluindo o cabeamento das fibras (próprias ou por meio de cessão de direitos), equipamentos para a rede lógica e a gestão administrativa dos projetos de cada rede metropolitana.
“O envolvimento das instituições de ensino e pesquisa locais é vital para a concretização das redes, uma vez que, após a implantação dos projetos, serão as próprias instituições que darão dar continuidade à gestão, custeio e sustentabilidade da infra-estrutura” – diz o coordenador nacional do projeto, José Luiz Ribeiro Filho.
A estratégia da iniciativa será estimular a formação de consórcios para a gerência das redes, uma experiência que já foi bem sucedida no passado.
“Em 1997, foi lançado o edital "Projetos de Redes Metropolitanas de Alta Velocidade", com o objetivo de promover, em diversas regiões do país, a criação de infra-estrutura e serviços de redes de alta velocidade de acordo com os padrões da época. Ao todo, foram implantados 14 consórcios” – informou Ribeiro.
A iniciativa Redecomep foi planejada tendo como base um projeto já em andamento: o MetroBel, em Belém, no Pará. O MetroBel, financiado com recursos oriundos do Funttel, é o primeiro projeto que se propõe a implantar uma rede metropolitana com fibra óptica própria voltada para uso acadêmico com apoio federal.
Ainda fazem parte do escopo da iniciativa, programas específicos para treinamento e capacitação na operação das redes ópticas, de forma a preparar o pessoal técnico das instituições de Ensino e Pesquisa e os Pontos de Presença da RNP para o gerenciamento e operação da nova infra-estrutura.
A grande vantagem que as redes próprias de fibra ópticas oferecem é
a possibilidade de aumentar a capacidade sem custo adicional.
Atualmente, o modelo de conexão adotado depende de enlaces ponto a
ponto alugados das operadoras de telecomunicações.
Um circuito de 256 Kbps custa, anualmente, cerca de R$ 20.400,
enquanto que o valor de 1 Mbps sobe para R$ 43.200. De uma maneira
geral, as conexões existentes entre as instituições de ensino e
pesquisa são de baixa capacidade (entre 64 kbps e 1 Mbps),
impossibilitando a utilização de aplicações mais modernas de
comunicação.
A proposta do Redecomep é suprir essa necessidade, oferecendo
serviços de rede com capacidade gigabit, porém sem custos adicionais à
instituição. A solução para isso é a aquisição de uma rede óptica
própria ou o aluguel da mesma.
Os custos de instalação de um cabo de fibra óptica são relativamente baixos, da ordem de R$ 20 mil por km e a capacidade de transmissão é praticamente ilimitada, sendo determinada pelos equipamentos eletrônicos instalados nas pontas do cabo óptico.
“A capacidade teórica de uma única fibra chega a 50 Tbps (terabits por segundo = 1012 bps), sendo que hoje existem equipamentos relativamente baratos com tecnologia Gigabit Ethernet, que permitem seu uso a 1 Gbps (gigabit por segundo = 109 bps)” – explica Ribeiro.